Cientistas do Walter e Eliza Hall Institute, na Austrália, identificaram três fragmentos de proteínas que formam o glúten, a principal proteína do trigo, do centeio e da cevada, que são tóxicos para as pessoas que sofrem com a doença celíaca.
A descoberta abre caminho para uma nova geração de diagnósticos, tratamentos, estratégias de prevenção e testes de alimentos.
Quando as pessoas com esta doença comem produtos que contenham glúten, a resposta imune de seu corpo é ligada e a parede do intestino delgado é danificada, prejudicando a sua capacidade de absorver nutrientes.
O estudo foi iniciado pelo diretor do Laboratório de Investigação da Doença Celíaca do Walter and Eliza Hall Institute, Bob Anderson, há nove anos e envolveu pesquisadores da Austrália e do Reino Unido, bem como mais de 200 pessoas portadores doença celíaca.
Os pacientes avaliados no estudo comeram o pão, bolinhos de centeio ou cevada cozida. Seis dias depois, amostras de sangue foram colhidas para medir a força da resposta imune dos pacientes para os 2.700 fragmentos diferentes do glúten. As respostas identificaram 90 fragmentos como causadores de algum nível de reação imune, mas três fragmentos do glúten (peptídeos) foram particularmente tóxicos.
"Estes três componentes representam a maioria da resposta imune ao glúten, que é observada em pessoas com doença celíaca", disse Anderson.
Este conhecimento já tem sido usado por uma empresa de nanotecnologia de Melbourne para desenvolver uma imunoterapia à base de peptídeos, que visa dessensibilizar as pessoas com doença celíaca dos efeitos tóxicos do glúten.
A imunoterapia trabalha expondo as pessoas com doença celíaca a pequenas quantidades dos três peptídeos tóxicos e baseia-se nos mesmos princípios de dessensibilização de alergias.
"Embora a doença celíaca possa ser controlada com uma dieta livre de glúten, o cumprimento da dieta é desafiante e quase metade das pessoas em dieta ainda têm dano residual no seu intestino delgado", disse Anderson.
Fonte: Isaude.net
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